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Scorpions: "tentando não pensar no fim" diz Matthias Jabs

Mathhias Jabs, guitarrista do Scorpions, concedeu uma entrevista ao site “AZ Central” – do estado do Arizona, nos Estados Unidos – no qual falou sobre os anos na estrada, a atual turnê, além de dar um emocionado depoimento sobre a anunciada aposentadoria da banda.
Confira abaixo a entrevista completa, traduzida para o português, com exclusividade no IMPRENSA ROCKER!

Por mais de 40 anos o Scorpions fez o melhor para te agitar como um furacão. Contudo um vento de mudanças está soprando. Os deuses do Metal germânico estão pendurando suas guitarras “Flying V” no fim da turnê, que passará pelo “Phoenix’s Dodge Theatre” em 27 de julho.
Não é que o Scorpions, na estrada divulgando seu 17º álbum, intitulado “Sting in The Tail”, não tenha merecido um descanso.
Fundado em 1965 pelo guitarrista Rudolph Schenker, o Scorpions ralou no anonimato da cena Metal européia dos anos 70 antes de emergir como um das maiores e mais influentes bandas de Metal no começo dos anos 80. Junto com o Def Leppard, o Scorpions comandou na era do Metal de cabelos enormes, misturando o ataque de guitarras gêmeas a la Judas Priest com ganchos saborosos e vídeos sexy. Em meados dos anos 80, eles tocaram para platéias de centenas de milhares e se tornaram a segunda banda ocidental a tocar na União Soviética.
Recentemente nós falamos com o guitarrista Matthias Jabs, o terceiro membro com mais tempo de banda na formação atual – ele se juntou à banda em 1978, antes de fazerem seu primeiro disco de ouro, o “Lovedrive”. Jabs, cujos solos alimentaram seus maiores sucessos no início dos anos 80, falou sobre os 30 anos de vida na banda e o motivo de terem decidido encerrar os trabalhos.
AZ Central: Como vai a turnê até agora?
Matthias Jabs: A turnê começou em maio na Alemanha e Europa. Estamos nos Estados Unidos há três semanas, começando pela Costa Leste. Tem sido maravilhoso até agora. Normalmente a Costa Leste não é nossa área mais forte. Nós sempre fomos maiores na Costa Oeste, em lugares como Chicago e Phoenix, mas o público tem estado bem entusiasmado. Eu acho que parte disto é pelo fato de termos um novo material muito forte.
AZ: Você menciona Phoenix como sendo um dos lugares onde a banda é grande. Você até escreveu uma canção sobre o estado – “Arizona”, do álbum “Blackout”, de 1982.
MJ: Obrigado por me lembrar da canção “Arizona”. É uma música que nunca tocamos ao vivo, exceto quando estamos no Arizona. Nós não fazemos a passagem de som, então teremos que arranjar tempo para ensaiá-la. Nós a escrevemos na nossa turnê de 1980 com o Ted Nugent e Def Leppard. Nós havíamos feito um show no Arizona e tínhamos uns dias de folga, apenas curtindo o motel, bebendo e festejando com umas garotas que conhecemos. É apenas sobre a vida na estrada no começo dos anos 80.
Nós tivemos alguns shows maravilhosos em Phoenix. Eu lembro do show em “Comptom Terrace” em 1985. Aquela foi a única vez que o Aerosmith abriu para nós. Nós havíamos aberto para eles em 1979, numa de nossas primeiras visitas aos Estados Unidos. Tinham cerca de 40 mil pessoas lá e eles ficaram fora de controle – algo aconteceu – e algumas pessoas saíram feridas. Eles mudaram a capacidade máxima do local após nosso show. Eu sei que quando tocamos novamente lá em “Comptom Terrace”, o púbico era bem menor (jornais noticiaram que houve inúmeras brigas e três pessoas sofreram cortes superficiais de faca, mas nenhuma prisão foi feita).
AZ: Você tem tocado com o Scorpions desde 1978. Quais são os melhores momentos para você?
MJ: Eu tenho estado nesta banda pela metade da minha vida. De verdade, o Scorpions é a minha vida. Há tantos melhores momentos, que dificilmente poderia escolher um. Não apenas os grandes shows, como o primeiro “Rock in Rio” em 1985 ou o “US Festival” em 1983. Provavelmente a maior honra foi quando fomos convidados por Mikhail Gorbachev para tocar no Kremlin em 1991, 10 dias antes dele se aposentar – a primeira banda ocidental a ter uma honra desta.
Mas em 30 anos nós também tivemos momentos ruins. O fim dos anos 90 foi uma época dura para o Scorpions. Nosso som se estabeleceu no começo dos anos 80, com álbuns como “Blackout” e “Love at First Sting”, mas isto desapareceu nos anos 90, com o Rock Alternativo e com o Grunge. Tem acontecido um “revival” recentemente, porque todas aquelas bandas do início dos anos 80 ainda estão por aí, na estrada. E elas ainda são os maiores shows a cada ano. Mas a realidade é que o som dos anos 80 está se esvaindo com as bandas envelhecendo.
AZ: Foi isto que fez você decidirem pela aposentadoria?
MJ: Esta decisão, na verdade, foi tomada depois que finalizamos o álbum e o tocamos para nossa equipe de empresariamento na Europa. Eles reconheceram que era o material mais forte que fizemos em anos. Nós fizemos dois anos de turnê no nosso último álbum, e considerando a resposta a este trabalho, nós provavelmente estaremos na estrada por uns três anos. Nós precisamos pensar em nossa idade. Eu tenho apenas 54, mas Rudolf tem 61 e Klaus tem 62. Nós somos capazes de correr por aí agora, mas seria estúpido se estivermos lá (no palco) em cadeiras de roda. Queremos sair em alta.
AZ: Você já tem algum plano para a aposentadoria?
MJ: Tenho certeza de que todos pensam no que irão fazer quando a turnê acabar, mas eu não quero pensar sobre isso agora. Estou usando este tempo para ficar de cabeça aberta, e encontrar o que gostaria de fazer, musicalmente ou não. Só não quero fazer forçadamente um álbum solo que ninguém irá comprar.
Estou tentando não pensar no fim. É um pouco triste. No momento estamos tentando não dizer “adeus” quando os shows terminam. Ao invés, estamos dizendo “obrigado pela diversão”. Mas será muito duro quando chegar perto do fim da turnê, as 10 últimas datas mais ou menos. Estivemos juntos por mais de 30 anos. Nós nunca estaremos separados, na verdade. Só não estaremos mais gravando ou fazendo turnês juntos.
O Scorpions passará pelo Brasil com sua “Sting in the Tail World Tour”, com datas em João Pesoa, São Paulo, Brasília, Curitiba e São Luís.
 fonte: imprensarocker

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