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Omen - Soulfly

Desde que deixou o SEPULTURA, Max Cavalera construiu uma carreira de pouco brilho sob o nome SOULFLY. A banda, que transitava em meio ao new metal com distintas influências tribais, dividiu fãs em discos como “Soulfly” (1998) e “3” (2002). No entanto, com o seu sétimo álbum – intitulado “Omen” – o quarteto liderado por Max mostra uma vontade de se recuperar após a sequência infeliz de registros de qualidade abaixo da média.

É verdade que Max Cavalera nunca conseguiu repetir o sucesso do SEPULTURA com o SOULFLY. A banda – que surgiu em 1997 – sempre tentou repetir a fórmula de inserir ao thrash metal influências da world music, sobretudo da música tribal presente em “Roots” (1996). Entretanto, a postura musical mais próxima ao new metal – com guitarras em afinação baixa – se tornou o ápice da discórdia entre Max e fãs brasileiros. Em 2000, o álbum “Primitive” colocou a banda em evidência nos Estados Unidos. No Brasil, por outro lado, o SOULFLY enfrentava duras críticas pela tendência não muito bem vista entre os headbangers mais tradicionais.

De qualquer modo, “Omen” não traz as modernidades musicais do passado. O disco, diferente de todos os seus seis antecessores, mostra uma banda mais preocupada em executar um metal agressivo e direto do que em buscar uma diferenciação a partir de influências inusitadas. Max Cavalera (vocal/guitarra), Marc Rizzo (guitarra), Bobby Burns (baixo) – que foi substituído ainda em 2010 por Johny Chow – e Joe Nunez (bateria) conseguiram recuperar a carreira do SOUFLY em um álbum que remete a sonoridade do quarto à década de oitenta do SEPULTURA.

Com a produção de Logan Mader (ex-guitarrista do SOULFLY e produtor de bandas como MACHINE HEAD e CAVALERA CONSPIRACY), “Omen” faz uma interessante variação entre músicas rápidas e agressivas com outras de maior elaboração e características mais arrastadas. De qualquer forma, a preocupação de construir um disco esteticamente bem trabalhado é evidente desde a primeira composição, “Bloodbath & Beyond”. Embora possa lembrar a simplicidade do Sepultura fase “Morbid Visions” (1986), essa faixa se desenrola ao longo de dois minutos com variações de andamento até então pouco exploradas pelo estilo thrash mais direito. Não há dúvidas que a proposta funciona muitíssimo bem.

“Rise the Fallen” – que conta com a participação especial do vocalista Greg Puciato (THE DILINGER ESCAPE PLAN) – mostra claramente que a proposta do SOULFLY em explorar menos a velocidade para construir riffs mais densos funciona da mesma maneira satisfatória. Com a repetição dessas características, “Lethal Injection” – que traz a voz convidada de Tommy Victor (PRONG) – possivelmente pode ser indicada a melhor composição do álbum. Embora possua uma agressividade marcante, faixas como “Kingdom” e “Off with Their Heads”, por outro lado, acabam pecando pela ausência do instrumental caprichado presente no restante de “Omen”. O disco, mesmo que exiba inegáveis qualidades, conta com momentos de pouca inspiração – mas que não chegam a comprometer o caráter redentor do material.

Com a união perfeita entre o que há de mais agressivo com os momentos mais cadenciados do álbum, “Vulture Culture” é outro possível destaque. De outro lado, “Mega-Doom” e “Counter Sabotage” repetem as mesmas fórmulas do restante de “Omen” – porém sem a mesma maestria das primeiras composições do disco – que encerra com a fraca e instrumental “Soulfly VII”. Embora perca um pouco da força com o passar de quarenta minutos, o novo CD do SOULFLY possui momentos interessantes ao ponto de ser indicado como um dos melhores registros da banda. A bagunça sonora de “Conquer” (2008) ficou enterrada no passado.

A versão ‘deluxe’ de “Omen” conta ainda com duas faixas extras: em “Refuse/Resist” (cover do SEPULTURA), Zyon Cavalera (filho de Max) assume a bateria do SOULFLY. No outro cover – “Your Life, My Life” (da extinta banda de thrash/hardcore EXCEL) – Igor Cavalera (outro filho de Max, não confundir com Iggor) assina as baquetas. De qualquer modo, a ascensão do CAVALERA CONSPIRACY deixa dúvidas sobre o futuro do SOULFLY. Uma pena – porque a banda parece ter encontrado o caminho certo em “Omen” – apesar dos poucos ajustes que precisam ser feitos em um disco seguinte.

Track-list:
01. Bloodbath & Beyond
02. Rise of the Fallen
03. Great Depression
04. Lethal Injection
05. Kingdom
06. Jeffrey Dahmer
07. Off with Their Heads
08. Vulture Culture
09. Mega-Doom
10. Counter Sabotage
11. Soulfly VII
fonte: whiplash

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